Eventos comportamentais: estados mentais, corpo e gênero
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Resumo
Diferentes disciplinas e epistemologias feministas tornaram visíveis os vieses deterministas que permeiam o discurso científico predominante. No entanto, creio que nenhuma das críticas problematiza a lógica de causa-efeito sobre a qual se estruturam as relações físicas e simbólicas de gênero. Nesse sentido, naturaliza-se uma linearidade temporal que coloca o biológico à frente de comportamentos tipicamente de gênero, como agressão e competição. Tal naturalização resulta de não problematizar suficientemente a relação mente-corpo a partir dos Estudos de Gênero. Proponho um cruzamento entre o conceito de evento e o monismo anômalo de Donald Davidson com certas contribuições dos novos materialismos feministas, e argumento que há uma sincronização temporal entre nossos estados biológicos e psicológicos. Ao mesmo tempo, enfatizo a irredutibilidade do mental. Concluo que interpretar os comportamentos de gênero nessa forma permite uma ontologia do corpo que dilui a lógica de causa e efeito, uma lógica androcêntrica herdada da ciência moderna e fundada num biologicismo inerentemente cisheteronormativo.
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